Estratótipo(GSSP): Sucessão de camadas rochosas bem orientadas e com limites geológicos bem definidos e identificáveis, usados como referência na caracterização de unidades estratigráficas e na comparação de unidades estratigráficas, após, ser aceite pela ICS. Qualquer descoberta ou metodologia de investigação só será validada após comparação com o estratótipo referente a essa Época/Período.
GSSP- Global Boundary Stratotype Section and Point;
ICS- Internacional Commission of Stratigraphy;
Existem dois estratótipos portugueses(GSSP) aceites mundialmente pela ICS:
· Estratótipo da época do Bajociano pertencente ao Jurássico Médio;
· Estratótipo da época do Toarciano pertencente ao Jurássico Inferior;
Estratótipo Português do limiar Aaleniano-Bajociano aceite pela ICS:
Era: Mesozóica; Período: Jurássico Médio;
Idade do Estratótipo: cerca de 171,6 M.a.;
O Cabo do Mondego, Estratótipo do limiar Aaleniano-Bajociano, foi mundialmente aceite e definido como estratótipo pela ICS em 1996. Este estratótipo caracteriza um período de tempo ocorrido entre há 150 M.a. e 180 M.a.. O cabo do Mondego apresenta inúmeras falésias e tem cerca de quarenta metros de altura. A zona da praia da Murtinheira foi escolhida pela ICS para estratótipo pelo conteúdo que as suas falésias apresentam como os fósseis de Amonites e Vegetais, pegadas de dinossauros e pelo seu estado de conservação.
Fig.2- Estratótipo Cabo Mondego, Praia Murtinheira.
Fig.3 – Excerto da tabela dos GSSP da ICS.
Localização do Estratótipo: Cabo do Mondego, Praia Murtinheira. O Cabo Mondego situa-se na costa marítima portuguesa banhada pelo Oceano Atlântico. Localiza-se no extremo Ocidental da Serra da Boa Viagem , a cerca de 3km a Norte da Figueira da Foz e 215 km de Lisboa ,a uma latitude de 40º 11´ 3´´ N e a uma longitude de 08º 54´34´´W.
Litologia e Espessura do Estratótipo: O estratótipo do Cabo do Mondego é constituído por sucessões de Margas e Calcários. Apresenta uma espessura de cerca de 77,8m compreendida desde a base “Bed AB 11”.
Conteúdo Paleontológico: As camadas rochosas das falésias do estratótipo do limiar Aaleniano-Bajociano apresentam elementos fossilíferos bem conservados como pegadas de dinossauros, amonites e vegetais. O limite do Aaleniano-Bajociano coincide com as primeiras amostras de Amonites (Hyperlioceras mundum, Hyperlioceras furcatum, Brausina áspera e Braunsina elegantula).
Fig.4- Fóssil de amonite Fig.5- Pegadas de dinossauro
Outros aspectos do Limiar Aaleniano-Bajociano:
· Rico em informações paleontológicas , sedimentológicas e paleomagnéticas;
· Condições de observação excepcionais;
· Contém as pegadas mais antigas de megalossaurídeos (dinossauros bípedes e carnívoros) em Portugal;
· Local sem perturbações de natureza tectónica, vulcânica ou metamórfica, o que facilita a conservação do estratótipo;
· Presença de bioturbações e vestígios de carvão;
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